ELES COMEM TUDO...

E NÃO DEIXAM NADA !

Não tendo os dotes, nem as honras televisivas, de alguns "crânios" da Nação para a Matemática, dei comigo a fazer umas contas.
Suponhamos que uma empresa dá 1000 Euros de lucro, no exercício da sua actividade. O que acontecerá em termos fiscais?
Vejamos:
  1. 25% (a correr bem) desses 1000 Euros, vão para o Estado, sob a forma de IRC, ou seja, 250 Euros.
  2. Outros 25% dos 1000 Euros, vão também para o Estado sob a forma de pagamento por conta dos lucros do ano seguinte, que este pressupõe que a empresa venha a ter, ou seja, mais 250 Euros.

Após isto, sobram 500 Euros dos 1000 originais.

Partindo do princípio que a empresa decide distribuir pelos seus sócios esses 500 Euros, vejamos o que acontece:

  1. 20% desses 500 Euros, vão para o Estado sob a forma de IRS, ou seja 100 Euros.

Após o que restam 400 Euros.

Atendendo a que os sócios irão, certamente, utilizar esses 400 Euros para adquirir bens de consumo, na sua maioria à taxa de IVA de 21%, temos que:

  1. 63,40 Euros vão para o Estado sob a forma de IVA que está incorporado nos bens comprados pelos 400 Euros.

Feitas as contas finais, chegamos à conclusão que dos 1000 Euros, o Estado ficou com 663,40 Euros (66,3% dos lucros).

????????

Perante isto, o que dizer ?

Eu, pessoalmente, defendo que as empresas apenas deverão pagar IRC (Imposto sobre os seus lucros), em duas circunstâncias:

  1. Sobre o valor dos lucros que distribuam pelos seus sócios.
  2. Sobre o valor dos lucros que não reinvistam.

Por outras palavras . Caso uma empresa apresente lucros mas não os distribua pelos seus sócios e no exercício seguinte aquele em que os obteve, efectue investimentos iguais ou superiores ao lucro obtido, não deve pagar IRC.

Desta forma, potencia-se a capitalização das empresas e consequentemente a sua capacidade em investir.

Só com investimento se pode ultrapassar a grave crise económica que atravessamos.

Só com investimento podemos aumentar o nº de postos de trabalho e por conseguinte diminuir o desemprego.

Só com investimento podemos gerar, no fundo, riqueza que possa interromper o ciclo vicioso em que caiu a Economia Nacional.

A que temos assistido ? Precisamente ao contrário.

Se não vejamos:

  • Assiste-se ao aumento da carga fiscal , logo...

diminui a confiança dos agentes económicos e o investimento.

  • Assiste-se à diminuição do investimento, logo...

aumenta a dificuldade em gerar riqueza, em dinamizar a economia e em gerar postos de trabalho.

  • Assiste-se a uma grande dificuldade em gerar riqueza, logo...

diminui o poder de compra dos Portugueses.

  • Assiste-se a um menor poder de compra dos Portugueses, logo...

as empresas têm maior dificuldade em vender os seus produtos.

  • Assiste-se a uma grande dificuldade das empresas em vender os seus produtos, logo...

aumentam as dificuldades das empresas e começa a luta pela sobrevivência.

  • Assiste-se a uma grande dificuldade das empresas para sobreviver, logo...

as empresas deixam de pagar os impostos, a segurança social, os salários e acabam por falir.

  • Dá-se a falência das empresas, logo...

aumenta o desemprego, os problemas sociais e a despesa pública.

  • Aumenta a despesa pública, logo...

mais impostos sobre os(as) poucos(as) que ainda os podem pagar ... até ao dia.

Por isso, exista coragem e interrompa-se o ciclo!

E a começar, comece-se pelas empresas.

As empresas são os motores deste grande "navio" que é Portugal que infelizmente vai sem rumo.

Sem as empresas não é possível iniciar o caminho da recuperação.

HAJA CORAGEM e ... "NÃO COMAM TUDO" !

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